terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cres-Cer

Decretando incompetência
Seguem os dias
De trabalho
Árduo
Na segunda, um golpe
Mais que isso
Só um gole
De cerveja
de serviço
de certeza
que ser isso
é cres
Cer

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Madalena


Ela chorou quando bateu o telefone
E disse adeus
Ela sentiu a dor eterna
Mesmo que o eterno não se sentisse
Ela doou todos seus livros
E preferiu partir sozinha
Partida pelo meio
Pelo meio que partiu

Versos diversos


Se todo sentimento fosse transformado em poesia
A minha casa cercada estaria
Por toneladas
de versos
diversos.
E se minha vida fosse um filme
eu não teria o papel principal
Assim ela seria plasticamente mais bela
E pode ser que encontrasse cinderelas
na mesa de um bar

E se eu tivesse?

Eu nem tenho quinze anos
pra fazer algazarra em shopping
E nem tenho vinte anos
pra dizer adeus sem olhar pra trás
Nem tenho
Penso apenas
Em ter

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sem culpa, pecado ou perdão

O problema do pecado
É a culpa
Toda religião diz que pro perdão
Arrependimento é preciso
Mas sem culpa
Não há arrependimento
Não há pecado
Sem pecado
Pra que perdão?

Desafino, desatino

Eu prefiro as mensagens não respondidas
Para a desilusão reinar
Que conforto é não ter as preces atendidas
Pra não precisar fazer gestão dos seus processos
Pra não precisar pagar impostos
Nem pedir empréstimos.
As mensagens não respondidas são as melhores
Faz esquecer que as enviamos
E é preferível não misturar as coisas
De novo
Nosso amor agora é unidirecional
Não tem resposta
Não entraremos na orquestra novamente
Seria equívoco
E não precisamos de migalhas

Meu eu doentio

Meu amor,
Me dê um beijo
E eu esqueço
Tudo que fez.
Como num deserto
Esqueço o inverno
E o inferno que foi
Sem ti.
Meu amor,
Antes de tudo
Queira voltar
Queira desesperadamente voltar
E então me peça:
"Go back, baby!"

Flerte

Que saudade dos joguinhos de amor
Dos sorrisos furtivos
Do cabelo jogado
Em olhares furtivos.
Que saudade da falsa casualidade
Da falsa bondade
De dizer coisas
Por dizer.
Saudade desse negócio de mão no cabelo
De olhar desviado
E sorriso furtivo.
Que coisa instigante é esse quer-não-quer
Esses elogios sem motivo aparente
Esse longo caminho antes do finalmente
Que felizmente
Tarda por vir.