quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sem motivos para poesia

Dentro de mim não havia motivos pra poesia
Eu sou prosa
crônica
sou prolixa
falo alto
Não possuo o dom dos intimistas
que guardam para si tons impressionistas
Não sei cortar as palavras
para provocar melhores efeitos
Eu sou das frases reiteradas
Dos efeitos prontos
E ultimamente é que não havia motivos pra poesia
Nenhum abalo sísmico em mim
nenhuma perda
nem reencontro
nem feridas
Apenas algo morno como cicatrizes
Apenas a dúvida:
morna vida é vida morta?

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